Descendente da nobre família Zubov, que a alguns anos atrás se separou por motivos até hoje desconhecidos, formando a geração não tão promissora dos Zibov, Ana cresceu em meio a costumes muito simples, mas desde pequena demonstrava interesse constante por sons musicais, buscando em meio aos objetos de sua casa algo que pudesse soar musicalmente. Seu pai Dmitry logo notou que a jovem Ana iria se destacar dos demais, e dedicou suas noites a reforçar o estudo escolar da jovem, propondo exercícios e problemas complexos.Por fim, Ana finalmente pode ingressar em aulas particulares de piano, onde demonstrou acelerado desenvolvimento, contam alguns biógrafos. Em 1857, aos 21 anos, Ana conclui sua primeira obra, entitulada Соната кость (Sonata kost' - Sonata aos Ossos), causando já demasiada preocupação de seus pais, por demonstrar um estilo praticamente macabro de compor.Porém, apesar de macabro, desde cedo a originalidade no fraseado e nas sequências harmônicas.
Escreveu diversos e pequenos textos, que só faziam crescer e afirmar a forma rebelde e desafiadora com que Ana atraia seus ouvintes e leitores. Seu texto denominado "Prosecotista" (Já transcrito neste blog), escrito aos 22 anos, causou polêmica e extrema preocupação por parte de sua família. Muitos passaram a acreditar, a partir daí, que Ana possuía um transtorno psicopata dentro de si, ainda reprimido. O termo prosecotista, aliás, foi criado pela própria Ana, significando, segundo a própria:
"[...] Uma ânsia entre o amor e a matança, um desejo de amar que se mistura ao desejo de matar. Um amor perigoso, e por isso mesmo, cheio de música em si." (ZIBOV, Ana Ugo - Luz aos desesperados)
Porém, foi em 1892, aos 56 anos, que Ana escreveu sua obra prima: A Соната полдень (Sonata polden' - Sonata do meio-dia). Nesta obra, Ana explora o ostinato e as variações constantes de volume como forma de enriquecer a doce melodia que caminha lentamente, tudo isso apoiado por uma genial sequência de acordes. Após esta obra genial, outro escrito foi publicado, e de novo considerado uma prova da insanidade mental de Ana: O pequeno texto que tem no seu título o próprio nome da autora, e que fala de si mesma como se fosse outra pessoa, e mais, como se a própria Ana fosse uma má pessoa:
Para muitos parece não fazer muito sentido
mas pra mim faz
faz todo o sentido
quem é você, Ana Ugo Zibov?
Porque você voltou? Porque voltou justo agora?
O dufma escondido em ti não me deixa respirar
Por quê você, Ana Ugo Zibov?
Por que continua aparecendo e reaparecendo na minha vida?
Por quê?
Me mostre o que há dentro de ti, Ana Ugo Zibov
Me mostre tudo o que eu preciso saber
É um vício que eu não sei curar
Afaste-se de mim, Ana Ugo Zibov
Quanto mais você se aproxima, mais me aproximo de uma catástrofe
E que grande catástrofe!
Pra quê destruir minha vida
Não posso
Não devo
Devo esquecer você
Ana Ugo Zibov
E por fim, já em moscou, publicando pequenas suítes e alguns pequenos poemas, Ana passou o fim de seus dias, morrendo aos 84 anos, vítima de um infarto fulminante. Sua vida continua um mistério. Muito se fala sobre a insistência de alguns autores em afirmar que Ana, na verdade, nunca existiu, e que suas composições na verdade são verdadeiras fraudes (fato que ajuda nesta argumentação é o acesso muito difícil aos seus arquivos.). Porém, não é de se negar os caracteres muito próprios não só de sua música, mas também de seus textos. Por conta desta polêmica, Ana sumiu da maioria dos registros da literatura, e hoje não possui nem mesmo um verbete no wikipédia. Muitas das informações sobre esta compositora tiveram de ser recolhidas da Deep Web (que por possuir um acervo muito rico em russo, possui muito mais registros sobre este mesmo país).Porém, espera-se que as inebriantes melodias de Ana voltem à sociedade e não sejam mais escondidas por biógrafos e por musicólogos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário