Nature

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Hey você

Hey, você
está aí?
Eu sei que está
Eu sei que nunca deixa de estar

Me tornei um estranho lar para você
Em seus maiores complexos, medos e desvios, você me encontra.
Eu já estou em seu inconsciente, além de estar em seus desenhos mentais mais tortos e inapagáveis.

Que dizer? eu não sei
Aqui não caberá tudo o que tenho a dizer...
Se um dia nos vermos, não nos falaremos, isso é evidente
Se um dia meu caminho cruzar o seu, traçaremos novos caminhos
É certo que nada fará com que o muro desabe
Nada fará com que a porta se abra
ela foi trancada
Você olha com curiosidade para a fechadura
E eu observo silenciosamente a maçaneta se mexer.

"Por que o mar não se apaixona por uma lagoa? Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar" (O Teatro Mágico - Ana e o Mar)

Canto sonhos estranhos e me perco
No ciano de minha vista cansada e ferida pela depressão
Ao passo que a todo momento em minha cabeça, a mesma pergunta lateja

"Quando foi que tudo começou a dar errado?"

E hoje eu estou aqui. Em momento algum, em minha infância tão cheia de esperanças, pensava eu que aos breves 20 anos toda minha vida desabaria ante os meus pés. Tive culpa? Não, não tive culpa, e direi o porquê...
Um coração dobrado, amargurado, ferido demais para pronunciar uma só palavra, acaba por dar o último suspiro e agir como num golpe de sobrevivência... Tudo o que foi feito, foi feito no desespero, na dor e na angústia... senão, que motivos teria eu para destruir meu próprio mundo? que motivos teria eu para desejar meu próprio abismo?

Hoje observo meus dias se acabarem, enquanto em minha mente, a todo momento se repetem todos os tristes dias em que, pouco a pouco, foi cravada a sangue e lágrimas minha pena, meu abismo, meu inferno. Hoje estou aqui.. vivendo? não, sobrevivendo...

Há algo que eu queira que você saiba? Saibas que fui sincero, saibas que meu coração foi puro a todo instante, saibas que um dia, pela última vez em minha chamada "vida", eu te amei.

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